quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Entrevista com o sr. Lino Ceretta, ex-atleta nas décadas de 50 e 60, atuando pelas equipes do Esporte Clube Guarany e do Riograndense de Cruz Alta

Lino Ceretta um dos colaboradores do projeto que resgata
 a história do esporte em Cruz Alta

Memorial do Esporte: O futebol em Cruz Alta é tradicional, como e quando surgiu?
Lino Cereta: Nosso futebol começou com Guarany e Arranca. Em 1913 foi fundado o Guarany e 1914 o Arranca. A partir das duas equipes que travaram uma rivalidade muito grande, iniciou-se o futebol no município. O primeiro campeonato disputado foi em 1914 tendo o Guarany como campeão assim como em 1915. No ano de 1916, terceiro campeonato entre as equipes, o Arranca aplicou uma goleada histórica de 7 X 0. A partida foi suspensa pela arbitragem devido às brigas entre as torcidas extremamente fanáticas.

 Após o incidente, o Guarany convocou uma assembleia onde participaram 68 associados do clube, decidindo que não jogariam mais contra o Arranca, quebrando definidamente as relações. Assim, não teríamos campeonatos de 1917 a 1920 (mas com os clubes mantendo suas atividades). Em 21, a federação gaúcha de desportos, apresentou um ultimato às equipes para que retornassem com o campeonato. Neste período o futebol era amador e o Guarany conquistou o hexacampeonato de 21 a 27. Em 28 a equipe do Arranca sagrou-se campeã.

M.E: Como aconteceu o desmembramento do Esporte Clube Arranca?
Lino: Em 1928, o Esporte Clube Arranca encerrou suas atividades no futebol. A diretoria apresentou uma proposta diferenciada de cobrança entre os associados que assistiam ao futebol e aos que participavam das atividades sociais do clube. O clube possuía um bom estádio, localizado em anexo à antiga estação ferroviária onde permaneceu por um período de cinco anos. Em virtude de um incêndio no seu pavilhão, atribuído às faíscas das locomotivas, o estádio foi totalmente destruído.

 Diante disso, foi construída uma nova sede localizada na rua Gal. Osório (antiga Cooperativa Tritícola), onde foi colocado no alto da nova sede social, um leão, porque o clube era identificado como o “leão da serra”. Depois, o mesmo leão foi destinado ao E. C. Nacional período em que o Arranca foi desativado e Nacional fundado levando o título de “leão da serra”.

M.E: Entre as equipes que protagonizaram o início da historia do futebol em Cruz Alta, quais os locais pioneiros para a prática do esporte?
Lino: O Guarany treinava na vila Brenner, mas seus jogos eram realizados no estádio Mangueirão, conhecido como colina Pão dos Pobres (em virtude dos Circos instalados ali), onde hoje está localizado o Ginásio Municipal. A partir de 1930, mudou-se para o terreno junto ao Asilo Santo Antônio. Em 1941, o clube construiu um belo estádio (Taba Índia), para os padrões da época, merecendo até mesmo reportagens da capital.

     Quando o E. C. Nacional foi fundado, em 1941, o seu estádio foi construído onde funcionava uma hípica, permanecendo até hoje sob o nome de estádio do “Morro dos Ventos Uivantes”. O Riograndense iniciou suas atividades no ano de 1929, no espaço onde funciona hoje a empresa Coceagro. Na sua inauguração os torcedores, autoridades e jogadores chegaram de trem até o local. Após, durante nove anos o clube também utilizou o estádio da Baixada na vila Central, até 1954 quando inaugurou o Brasil Siqueira Borges.

M.E: Diante da sua memória esportiva, como o senhor propõe alternativas para que o futebol cruzaltense alcance as lendárias conquistas do passado?
Lino: Quando comentava futebol, fiz destes argumentos um “campo de batalhas”. Defendia que isto só seria possível através de um campeonato amador, mas o pessoal não se conforma em disputar essa categoria. O futebol que começou em 1914, somente em 1953 é que entrou o futebol profissional no município.

      Gostaria que os clubes (Riograndense, Guarany e Nacional), voltassem a disputar campeonatos citadinos de forma amadora. Se não temos condições de investir em jogadores, deveríamos disputar o amador, para manter o futebol em Cruz Alta, mas nossa cidade carece economicamente neste aspecto.

Entrevista: Fábio Figueiredo (Jornalista - MTb/RS 14.987)

9 comentários:

  1. É uma enciclopedia viva do esporte cruzaltense, o nosso querio tio Lino, tão carinhosamente chado assim pelos seus amigos.

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  2. Olá muito boa a entrevista, poderia postar no meu blog Falando de História e algo mais também sou Cruzaltense e ainda moro e divulgo as coisas boas daqui.
    www.diariodehistoriador.blogspot.com.
    j.khryscan@gmail.com

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  3. Boa Noite , Sr. Lino.
    Meu nome é Ilson Peres , sou filho do Wilson Peres que jogou em Cruz Alta-RS na Década de 60.
    Tens fotos do meu Pai ?, Acho que jogaste com ele.
    Favor me enviar: ilbape@yahoo.com.br
    Grato
    Ilson B. Peres (Caxias do Sul-RS)

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    1. Meu nome é Fábio, responsável pelo memorial (virtual).
      Com relação à informações de ex-jogadores, tenho pouco
      conhecimento, já que essa pesquisa foi realizada com os principais
      colecionadores de imagens e informações sobre o esporte de Cruz Alta.
      Portanto lhe indico o sr. Lino Ceretta para prestar essas informações.
      o telefone é (55) 3322 1035.

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    2. Não tenho fotos mas me lembro do Peres, jogava muito.

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  4. Olá sr Lino
    Meu nome é José Enno Trindade Gruber.
    Sou filho do Carlos da Silva Gruber que jogou no Guarany.
    O apelido dele era Mossoró.O sr teria alguma foto dele?
    Abraço.parabéns pelo belo trabalho.j. Enno

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    1. Meu nome é Fábio, responsável pelo memorial (virtual).
      Com relação à informações de ex-jogadores, tenho pouco
      conhecimento, já que essa pesquisa foi realizada com os principais
      colecionadores de imagens e informações sobre o esporte de Cruz Alta.
      Portanto lhe indico o sr. Lino Ceretta para prestar essas informações.
      o telefone é (55) 3322 1035.

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  5. gostaria de obter informações de um ex jogador desse clube por meados dos anos 60 e 65 o nome dele é Jose Luis Petson.
    meu emal é : elize_pazuch@hotmail.com

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  6. Fui torcedor do Nacional formado por Gostoso, Júlio, Décio, Jaime e Bexiga. Mário (Macanhã), Lambari e Sergio Picasso. Pato, Pitico e Arzino. Outros: Carlos Picasso, Joni, Café, Alfredo e Sebinho. Jamais esqueci a derrota para o Riograndense de Santa Maria que evitou nosso acesso e do Lino, goleiro do Guarani, do Guanais e Rionais de então.

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